Ensaiando Textos

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Uma onça na calçada.




Num dia comum, mas não um dia qualquer....o clarão da janela incomodou, abri os olhos e tomei um susto ao perceber que estava atrasada pra aula.
Dei um pulo da cama e já no banho pensava como faria para não perder metade da aula nem perder a prova!

Mas era fim de mês e já não tinha dinheiro, nem opção, a não ser, usar o cartão de vale transporte, e rezar para o trânsito não piorar meu atraso!

Catei as moedas na mochila, na gaveta, na caixinha.... consegui incríveis cinco reais!

No caminho pro terminal, a barriga lembrou-me que não havia comido, a fome acordou ...pensei: "O dinheiro só dá para o lotação ou para um lanche! .... Mas se eu lanchar posso me atrasar... E se gastar agora, não terei como voltar logo pra casa depois..."

Indaguei ao Senhor, uma solução, um sinal do que deveria fazer... e andando depressa, sem perceber nem usei o caminho habitual... segui em frente, resisti ao passar pela lanchonete, e atravessei a rua para meu destino final.

Esperei os carros passarem, lotação passou... eu cabisbaixa e preocupada atravessei...

Foi quando ao levantar um pouco o olhar lá estava à minha frente, uma onça na calçada, tão quieta, bem dobrada, quase imperceptível entre lixo e areia... no meio fio de um retorno... ali estava a minha solução!

Abaixei sem acreditar e deixei a lágrima rolar! Nunca o Senhor havia me atendido tão rápido!
Desnorteada pelo achado, continuei andando, entrei no terminal, logo avistei meu ônibus... segui até a escola e
cheguei a tempo!

Ainda anestesiada pela emoção, até a fome se espantou e foi embora... Depois da aula, de lotação rápido cheguei em casa.

Anotei o que precisava e com a onça em mãos comprei o que faltava!

Conto isso com orgulho e louvor, pois aquele que ouve o mais íntimo pensamento, sabe do nosso dia antes que o despertador alarme.


Agora siga com fé e tenha certeza : Deus ouve tua oração!



                                                                                                     Verinha Guabiraba

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Quem sou eu?


E é quase impossível responder pois teria tantas respostas diferentes e suas variantes para o que sou ou o que fui ou que desejava ser ... e o que deixei de ser... e o que desisti de ser... de não mais ser.


Talvez uma atleta frustrada, convocada
Uma professora de filme, que nunca saiu das brincadeiras de boneca
Uma administradora de sonhos e platônicos
Uma gestora de confiança, sem a confiança de ninguém
Uma excelente profissional na hora e lugar errados
Uma autônoma dependente, pois só atua bem para os outros

E se fosse um objeto?
O que seria?

Talvez um livro de ideias nunca lido
Um canivete multifuncional, quando a necessidade universal
é de um carregador de celular
Ou quem sabe a garrafa de vinho mais antiga, guardada para uma ocasião
Especial que nunca acontece!

E diante de toda incerteza do que sou ... e a certeza de que isso faz parte de um todo não só de mim... eu sou o que vivo, o que sonho, o que me inspira o que consumo... o que me consome!

Sou elogios sem oportunidade de acontecer!