Ensaiando Textos

domingo, 18 de agosto de 2013

PRESSÁGIO




Havia prometido que seria suas pernas e seus braços. Seria até o fim sua vontade , minhas mãos alcançariam os lugares mais altos e até os mais baixos, quando não mais fosse  do seu alcance!

Já não sei o quanto falhei nem o quanto realizei dessa promessa.  A paciência que outrora era serena ultimamente explodia em descontentamento em fração de segundos. A rotina me tomou os sentidos tudo era tão automático que não sentia minhas mãos a machucarem, nem minha língua a ferir cada vez que era desafiada a exercitar a paciência esgotada e demonstrar o amor que por ela eu tinha.
Quanta dor reclamava sentir. Quantas dores pelo seu corpo branco,frágil e exausto eu ignorei...

Quanto lamento em não poder agir por falta de finanças... e deixei de lado a culpa sem perceber que tinha uma saída.
Quantos minutos por dia foram dedicados a ouvi-la? Quantos beijos no seu rosto macio foram dados e por quantos entes da sua família?

Quanto tempo foi suficiente para saber o que pensava, sentia, o que queria, o que desejaria que acontecesse? Quantos  dias da semana dos sete que tinham , foram dispensados a visitá-la sem que o objetivo fosse um almoço de domingo, e uma despedida breve?

De quantos estranhos recebeu atenção, carinho e cuidados, no lugar de quem saíra do seu ventre? Quais amigos estavam presentes nos momentos  em que estes  ausentavam-se?

Não fazia parte da mobília, mas estava sempre no mesmo lugar, na mesma posição todos o dias, todas as noites , a cada pedido com a voz presa, com tamanha dificuldade de falar e maior ainda era a dificuldade de ser compreendida... talvez agravante era  a falta de vontade de querer compreendê-la!

Mas tudo que foi feito não foi suficiente? Na verdade, talvez , como foi feito não era o ideal!

Que castigo terá sido sua vida, sua família, seu casamento, as consequências, o mundo á sua volta? Tudo está conectado... preste atenção aos sinais. Não existem ''Porquês'' , se entenderem os ‘’Pra quês’’...

Derrotada estarei se não cumprir minha promessa.
Se nunca alcançar o pleno amor e  aceitar os sacrifícios a mim impostos...

Mas ainda há tempo! Ainda há tempo! Ainda há tempo!







domingo, 17 de fevereiro de 2013

SUPERAÇÃO

 
 
É visível a sua mudança!
Sim, claro! Notável seu bem estar, talvez auto-estima!
Ou apenas um ''up grade'' como diz a moda! Não sei bem, mas está explícito seu ''eu''!
 
-E como não estaria? Minhas feridas já não chamam atenção pelo seu odor, ou pelos motivos que as causaram. Já secas, fazem parte do meu inteiro, do corpo, da carne e da alma. Estou aberto por inteiro e não corro riscos por isso!
 
-Parece que esteve longe, apesar de reconhecer seu doce olhar, e sorriso fácil, seu toque é mais firme e suas palavras já não soam igual. Vão agindo de forma que me fazem sentí-lo um ser mais velho na mesma pele jovem que adoro acariciar!
 
-Que bom ser notável mesmo que discretamente me exponha!
 
-O que houve? O que fez para atingir tamanha serenidade?
 
-Ora, não adianta lamentar e buscar repostas pois as perguntas feitas estão erradas. Admito uma revelação: a PRESENÇA que outro dia senti, me orientou a olhar para trás. Não há dois ou dez anos, mas há duas ou dez vidas passadas!
Respostas me encontraram quando não mais gritei: ''-POR QUÊ?'' ...E sim quando pensei ''PRA QUÊ?'' ... Deparei-me com claras evidências ao perceber que a resposta para quem sou, é reflexo do que já fui! E serei aqui quem devo ser se ACEITAR mesmo que não entenda todos os ''POR QUÊ's?'' mas busque os muitos ''PRA QUÊ's!''
Sirvo, para que viver seja preciso, me ofereço em objeto de utilidade para decisões e destinos traçados, mesmo que sacrifique algo que a fraca matéria deseje, para atender o que o meu espírito precisa viver... agora, aqui e até o fim.
Já não me contento com as lastimas e inquietude da alma... quero mais! tenho sede de calmaria, de paciência e atitude diante dos degraus a escalar diariamente em direção a tão sonhada vitória!
A cada dia me permito novos sabores e novos arrependimentos. Não me descrevo em adjetivos e frases com ponto final; Faço-me reconher por dignidade, coragem e busca do que realmente sou e é meu. Descrevo-me em novas decisões e uso sempre reticências no fim das frases para que possa ter o direito de mudar o pensamento ou enfatizar algo, sem iniciar outro pensamento e me contradizer... Apenas continuo...
Desprendi excessos de sonhos, enxuguei os planos e agora ponho em prática um foco,apenas um, de cada vez!
Ouço além do coração e a razão, a necessidade!
Estou leve, pois algumas bagagens pesadas deixei pelo caminho, e novas serão guardadas apenas se não alterarem a leveza da minha caminhada e acrescerem à minha jornada!
 
 
-Nossa, não é mudança o que percebo em você! É evolução!
 
 
 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

P R E S E N Ç A

Hoje me entreguei, sabe?... Deixei o corpo pesado cair sobre a cama, soltei a lágrima presa, veio então dor de cabeça, febre interna, dor pelo corpo... E não há remédio que cure essa dor que vem da alma invade o peito e rouba meu sorriso com tanta voracidade...
Justamente quando pensei estar forte, caí! Sim deixei os joelhos dobrarem-se e como um fardo pesado eles tocaram o chão... Tive ali noção da minha pequenez...

Não pedia ou rezava... Nem agradecia... Eu clamava por um sopro de esperança, que renove a minha força, que indique uma saída da minha própria mediocridade diante da grandeza de ser Deus.
Não sofro mais nem menos que outros... Sofro a minha dor, e só eu sei o quanto posso suportar ainda.
Que a energia acabe que me falte em algum momento, mas não permita nunca, Senhor, que cesse a minha fonte de renovação... 

Eu creio e espero em vós!
 
Verinha Guabiraba